quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Atentado à dignidade




Quando você comete um equívoco qualquer, o que espera dos outros com relação ao seu ato infeliz?

Salvo os casos patológicos, as pessoas esperam que os outros tolerem e desculpem seus erros, ou, então, que as ensinem a fazer o certo, não é verdade?

Todavia, mesmo com esse entendimento, não é assim que agimos com relação aos equívocos das outras pessoas.

Um exemplo disso é o infeliz sistema de recuperação de presos vigente em nosso país e em outras nações da terra.

É um sistema que atenta contra a dignidade humana e dificulta a recuperação do delinquente, tornando-o ainda mais rebelde e mais criminoso.



Abandonado pela sociedade o preso busca apoio naqueles que lhe inspiram ódio contra esta que lhe parece injusta, acumulando sentimentos de agressividade e ressentimento para descarregar mais tarde naqueles que consideram responsáveis pelo seu encarceramento.

Ao invés de entender a prisão como uma forma de reparação do mal praticado, nela vê somente um instrumento de punição e de crueldade, que mais o degrada e enlouquece.

Não raro, indivíduos que cometem pequenos delitos são obrigados à convivência com pessoas inescrupulosas, em pequenas celas, onde aprendem com requinte de detalhes a criminalidade.

Nesses casos, em vez de se resolver o problema, se cria um ainda maior, aumentando o número e o grau da delinquência.

Já é tempo de se pensar em resolver problemas e não agravá-los com métodos remanescentes dos tempos medievais, de torturas e degradações contra o ser humano.

De um modo geral, isso se dá por causa do conceito que se faz do mal, sob seus vários aspectos, confundindo-se o mal, propriamente dito, com aquele que o pratica.

Talvez seja por isso que não temos sido eficientes nesse combate.

Para agirmos corretamente em prol do saneamento moral, é preciso não confundir o crime com o criminoso, o vício com o viciado, a rebeldia com o rebelde, do mesmo que não confundimos o doente com a doença.

Do mesmo modo que se combatem as enfermidades e não os enfermos, assim também se devem combater o crime, o vício, a rebeldia, e não o criminoso, o viciado, o rebelde.

O mal não é intrínseco no indivíduo, não faz parte da natureza íntima do espírito, mas é uma anomalia como são as outras enfermidades.

O bem, tal como a saúde, é o estado natural inerente ao ser. Um corpo doente constitui um caso de desequilíbrio, precisamente como um espírito transviado, rebelde, viciado ou criminoso.

Portanto, os distúrbios psíquicos devem ser tratados com o mesmo cuidado que se tratam as doenças do corpo.



Assim como não resolvemos o problema das doenças batendo no enfermo e punindo-o, também não devemos combater os problemas morais espancando e punindo o delinquente.

Pode-se e deve-se envidar esforços para que o criminoso se restabeleça e se integre na sociedade como um cidadão sadio, cumprindo as penas estabelecidas pelas leis com dignidade e confiança e não como um ser imprestável, pois ele também é filho de Deus.

Agindo assim daremos o devido valor às palavras do cristo quando recomenda que amemos os nossos inimigos e façamos o bem aos que nos fazem mal, porque ele não proclamou somente um preceito de alta humanidade; proferiu uma sentença profundamente pedagógica e sábia.

A benevolência, contrastando com a agressão, é o único processo educativo capaz de corrigir e regenerar o equivocado.




REFLEXÃO: 
Num tempo não muito distante, os processos arbitrários e injustos cederão lugar a mecanismos de educação e de reeducação, assim como de crescimento moral, através dos quais aqueles que delinquirem encontrarão misericórdia e amor conduzindo-os ao equilíbrio e à paz.


Eliane de Pádua

Já passou





Não pense que a vida é um maço de flores lindas e perfumadas.

Que os amigos virtuais serão presenças marcantes no seu tempo.

Que os seus relacionamentos serão eternos e melados.

Que o Papai Noel existe e trará presentes de verdade...


Sinto lhe dizer que as coisas não são bem assim.

As rosas tem espinhos e podem machucar.

Os carros, quando batem, podem matar.

Bebidas alcoólicas podem viciar.

Cigarro mata, e se não mata, brocha.

Então, pare de acreditar em tudo o que você ouve.



Pare de se lamentar por tão pouco.

A sua dor não vai sair no Jornal Nacional, nem vai virar tema do
filme do Jabor:  pobre de mim,  ai a minha dor...

Por isso, é extremamente recomendável que você acorde.

Viva a sua realidade com desejo de transformá-la.

Já que o que está ruim, pode ficar pior...

Nada de desanimar no meio do caminho.
 


Voltar pode ser mais doloroso, e avançar pode revelar caminhos
maravilhosos.

As frutas amargas de hoje podem madurar, e no processo do tempo, ficarem docinhas.


Nada é definitivo, nem o fermento e nem o pão.

Nem a dor que hoje machuca,  nem a alegria que faz rir.

Por isso, só por isso, vale a pena lutar.

Ser pelo menos neste instante, a transformação real que você tanto sonha.

Amar-se como nunca imaginou ser possível.

Gostar do seu cheiro, ter misericórdia de você.

Não se maltratar, não se culpar.

Simplesmente amar.
Hoje, e somente por hoje, nada mais do que hoje, você vai dizer diante do espelho: 

Eu mereço o melhor!

Eu não aceito migalhas.

Eu sou a própria alegria.

E decidi ser feliz, sem levar em conta os outros.

Sem me importar com os problemas.

E atire a primeira pedra aquele que nunca errou, porque o tempo de sofrer, já passou!



Eu acredito em você


Eliane de Pádua

domingo, 28 de outubro de 2012

Quem serve, prossegue...



A natureza, em toda parte, é um laboratório divino que elege o espírito de serviço por processo normal de evolução.

Os olhos atilados observam a cooperação e o auxílio nas mais comezinhas manifestações dos reinos inferiores.

A cova serve à semente. 

A semente enriquecerá o homem.

O vento ajuda as flores, permutando-lhes os princípios de vida.

As flores produzirão frutos abençoados.

Os rios confiam-se ao mar. O mar faz a nuvem fecundante.


Por manter a vida humana, no estágio em que se encontra, milhares de animais morrem na Terra, de hora a hora, dando carne e sangue a benefício dos homens.

Infere-se de semelhante luta que o serviço é o preço da caminhada libertadora ou santificante.




A pessoa que se habitua a ser invariavelmente servida em todas as situações, não sabe agir sozinha em situação alguma.

A criatura que serve pelo prazer de ser útil progride sempre e encontra mil recursos dentro de si mesmo, na solução de todos os problemas. 



A primeira cristaliza-se.

A segunda desenvolve-se.


Quem reclama excessivamente dos outros, por não estimar a movimentação própria na satisfação de necessidades comuns, acaba por escravizar-se aos servidores, estragando o dia quando não encontra alguém que lhe ponha a mesa.

Quem aprende a servir, contudo, sabe reduzir todos os embaraços da senda, descobrindo trilhos novos.

Aprendiz do Evangelho que não improvisa a alegria de auxiliar os semelhantes permanece muito longe do verdadeiro discipulado, porquanto companheiro fiel da Boa Nova está informado de que Jesus veio para servir, e desvela-se, a benefício de todos, até ao fim da luta.

Se há mais alegria em dar que em receber, há mais felicidade em servir que em ser servido.


Quem serve, prossegue...


Eliane de Pádua

Resplandecer



Quando o homem gravar na própria alma os parágrafos luminosos da Divina Lei,

O companheiro não repreenderá o companheiro,


O irmão não denunciará outro irmão.


O cárcere cerrará suas portas,


Os tribunais quedarão em silêncio.


Canhões serão convertidos em arados,


Homens de armas volverão à sementeira do solo.


O ódio será expulso do mundo,


As baionetas repousarão,


As máquinas não vomitarão chamas para o incêndio e para a morte,


Mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.


A justiça será ultrapassada pelo amor.



Os filhos da fé não somente serão justos, mas bons, profundamente bons.

A prece constituir-se-á de alegria e louvor e as casas de oração estarão consagradas ao trabalho sublime da fraternidade suprema.


A pregação da Lei viverá nos atos e pensamentos de todos,


Porque o Cordeiro de Deus terá transformado o coração de cada homem
em tabernáculo de luz eterna,


Em que o seu Reino Divino
Resplandecerá para sempre.




Eliane de Pádua

A vida



A vida não é uma viagem em si.

Não é uma meta.

É um processo.

A gente chega lá passo a passo.

E se cada passo for maravilhoso, e se cada passo for mágico,  é assim que será a vida.

E você nunca será uma dessas pessoas que chegam à hora da morte sem terem vivido.

Porque nunca terá perdido nada.

Não olhe por cima dos ombros dos outros.

Olhe nos olhos deles.

Não fale para seus filhos.
Pegue os rostos deles em suas mãos e fale com eles.


Não faça amor a um corpo, faça amor a uma pessoa.



E faça isso agora, pois o momento não dura para sempre.

Está desaparecendo depressa, e nunca mais voltará.


Eliane  
de Pádua




Despertar da vida



É importante perceber que o despertar da vida depende de você.

Libere seu coração e deixe que ele construa seu destino.

A felicidade é uma experiência ligada à sabedoria.

Sua vida muda quando você muda.

Deixe as pessoas do passado no passado.

A melhor cura do baixo-astral é abrir os olhos para o mundo.

Enquanto você acreditar, o medo não vai se instalar.


Para viver intensamente é necessário conviver com os riscos.

Por isso acredite sempre, por pior que seja a situação.

Não deixe a dúvida tomar conta de você.

Nosso maior adversário está dentro de nós.

É preciso entrar pra valer nos projetos da vida, até que o rio se transforme em mar.


Alguém já disse que visão é a arte de ver o invisível.

Poder é ser dono de sua atenção.

Nós é que transformamos a semente em árvore para poder colher os frutos.

 A primeira ponte é a do sentido da vida.

A segunda ponte é a do silêncio.

 A terceira ponte é a da simplicidade.


A quarta ponte é a do sentimento.

Você é a pessoa que escolhe ser.

Um dos segredos da felicidade é saber criar condições para que a vida dependa de nós.

Viver é a arte de realizar sonhos.


Viver é ser o artista da auto criação.

As mudanças ficam mais fáceis quando o que se passa dentro de você é explicado.

O grande néctar da vida é a possibilidade de realizar o divino que existe dentro de cada um de nós.

Eu acredito em você!

Eliane de Pádua


Ratolino


o Ratinho que queria ser Menino

Havia um dia um ratinho que queria ser menino, o natal vinha pertinho já se ouviam os sinos.

Ratolino, educado e bem legal, ansioso aguardava pela noite de Natal.

Nos seus sonhos já se via com as crianças a brincar tudo o que mais queria era então se transformar

Na véspera do Natal Ratolino, em sentinela. 

Pôs biscoitos e curau bem pertinho da janela.

Fixou bem firme as vistas ficou olhando para o céu esperando a visita do bom e velho Noel

Papai Noel foi chegando com seu trenó colorido e Ratolino sonhando realizar seu pedido

Mas quando Noel desceu do seu trenó encantado Ratolino percebeu que havia algo errado

O Noel se aproximou com uma caixa na mão Ratolino estranhou ganhar um presente então

O bom velhinho sorriu ao ver ali Ratolino e perguntou se pediu para virar um menino

Ratolino respondeu:

- Sim, foi esse o meu pedido e o Noel ficou enternecido, mas falou ao seu ouvido.

- Ratolino, bom ratinho por que queres ser menino?

Pode ser a água  vinho e lograr o seu destino?

Se ratinho tu nasceste bom motivo há de haver

Ou será que te esqueceste

Do bem que podes fazer?

Se tu fosses um menino quem faria, pois o bem que tu fazes aos ratinhos?

Já te respondo: 

Ninguém!


Tu podes ser diferente e achares isso estranho, mas de que vale ser gente, ter diferente tamanho se o coração se fechar, e o bem não se fazer aos outros nunca ajudar e fingir a dor não ver?

Tu, querido Ratolino, diferente como és, não há dentre os meninos um que chegue aos teus pés.

Somos todos diferentes cada qual com seu talento.

Ser ratinho ou ser gente depende do sentimento.

Há tanta gente sem fé; e tanto ratinho crente; tanto menino ratinho, tanto ratinho que é gente.

Não importa o tamanho o que vale é o coração, pois mesmo aquele estranho é no fundo nosso irmão.

Ratolino tudo ouvia das palavras de Noel e o mundo parecia um imenso carrossel.

Ratolino entendeu que nas voltas desta vida, se ratinho ele nasceu foi por divina medida.
Entendeu que seu valor não estava na aparência, mas sim na força do amor e da sua consciência.

Ratolino e o Pai Natal se despediram com um beijo e o presente? 

Que legal!

Um delicioso queijo.

O nosso amigo ratinho foi o queijo repartir com muito amor e carinho e a todos fez sorrir.


Eliane
 de Pádua



quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Razão e emoção



De tudo o que já passei na vida,
e olha que não foi pouco, apesar da idade.

Enfrentei cada situação com uma reação,
em alguns casos, com muita “razão”,
e em outros, excessiva emoção.

Parece que só o tempo traz esse amadurecimento.

E até hoje, sigo buscando o equilíbrio,
entre o “adolescente” que vê tragédia em tudo,
e o “adulto” que se julga conhecedor do mundo.


Sempre tento trazer para a minha vida,
a criança que ainda existe dentro de mim,
e que se esconde de vergonha de se exibir.

Somos assim, meio tolos, fingindo ser o que gostaríamos de ser,
vestindo sapatos apertados, joias horrorosas,
perfumes que estão na moda e entopem o nariz.

Moramos bem, mas sempre queremos um quarto a mais, diferente.


Se amamos, queremos declarações a todo o momento.

Se um relacionamento termina, achamos que é o fim do mundo.

Que “nunca mais” teremos alguém assim, apesar de saber que essa última pessoa, nem era assim “uma Brastemp”.

E o tempo vai passando, a vida vai acertando os passos, e os que conseguem vencer a barreira da idade, buscam o sossego de um ombro amigo,
o encanto de palavras gentis, amigos para um jogo de cartas, uma viagem.



Descobrimos a felicidade como ela é:
simples, sem muitos adereços, sem frescura.

Se você quer seguir sem muitos sustos pela vida, equilibre-se com a criança que habita em você, deixando escapar de vez em quando o eterno adolescente que grita, e colocando o adulto que você se transformou, como um observador.



E assim, usando a razão dosada com emoção, possamos ser melhores do que fomos ontem, neste dia que convida para a vida.


Seja feliz.
Eliane de Pádua



Paulo Roberto Gaefke

Tudo tem utilidade





O balde furado vai virar um brinquedo nas mãos carentes.

O pensamento que você achou absurdo vai dar uma direção, quem sabe, até apontar uma solução.

Não despreze nada e nem ninguém.

Flores miúdas carregam perfumes maravilhosos.

Icebergs só revelam parte do seu tamanho.

A oração verdadeira provoca mudanças invisíveis,
que são notadas no seu viver.


Tudo tem utilidade.

Até esse momento difícil pelo qual você está passando.

Ele carrega lições importantes, inesquecíveis, transformador.

Por isso, não se perca em lamentações inúteis.

Deixe a reclamação de lado e corra atrás dos sonhos mais íntimos.

Ainda que para os outros pareça um “balde furado”, mas para você, é mais do que um desejo realizado, é a sua própria história, seu futuro antecipado.

Tudo tem utilidade, até esse pequeno recado, que lembra ao seu coração, que você não está aqui por acaso, nada acontece em vão.

O seu destino é a felicidade, por isso acredite:

 
Tudo tem utilidade.


Eliane de Pádua


Paulo Roberto Gaefke

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Além do que

Podemos carregar!




Ouvimos, como motivação ou intenção de consolo, talvez mesmo um pequeno raio de esperança, que Deus não nos dá a carga além da que podemos carregar.

É assim que suportamos, passo a passo, os fardos que chegam a nós e as misérias que ouvimos, previstas há séculos, às quais recebemos sempre como algo surpreendentemente novo e assustador.


Não sabemos como vai ser o amanhã, mas nós sabemos com cabeças nuas e sujeitas ao que vier.

Não estamos preparados para a dor e desolação e jamais estaremos.

Pés calejados não suportam melhor os calçados apertados.

É assim que, mesmo "preparados" mal suportamos as cargas e com lágrimas as carregamos.


Sobrevivemos a elas e os que não sobrevivem é por que os limites foram atingidos.

Se a dor vence a força é porque a paz estava no descanso eterno.

Compreendemos mal essas verdades; vivemos mal essas verdades e se não aceitamos, aprendemos o que significa a resignação.

Grandes tragédias sempre existiram.


Guerras, enchentes, terremotos, pragas e pestes, cidades inteiras destruídas já são citadas no Antigo Testamento... o que é diferente nos dias atuais são os meios de comunicação que tornam tudo imediatamente acessível, aos ouvidos e olhos.

Se não sabemos, não sofremos; se sabemos e não vemos, sofremos menos.

Nosso amor a Deus não pode ser condicional ao que vivemos, por que o amor d’Ele não é condicional ao que oferecemos.


Isso não é uma palavra de consolo, nem uma pequena luz de esperança para o dia de amanhã, mas uma verdade que nos conduzirá ao sentimento de paz e à vida eterna.


Se as cargas são por demais pesadas e aparentemente insuportáveis e continuamos de pé é que ainda temos um caminho pela frente, para viver e estender a mão aos que carregam cruzes mais pesadas que as nossas.



Eliane de Pádua

Leticia Thompson