segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A flor solitária




Em um deserto distante, vivia uma solitária flor.

Tão bela delicada e com um perfume tão bom que a própria areia desviava-se com a ajuda do vento para não molestá-la.

Afinal, era a única flor do deserto...

Ela dava à paisagem árida um toque de vida e luz.

- Por que nasci assim? - pensava ela - tão longe de minhas irmãs e primas?

Olhava ao redor e só via areia clara e o céu azul.

Os grãos de areia adoravam visitá-la.

Ela, tão linda e colorida, alegrava e dava vida àquele deserto.

Alguns grãos de areia viajavam dias e dias para conhecê-la.

Comentavam entre si como era mais bela a paisagem graças à presença daquela flor.



Mas a flor, por não entender sua missão, sentia-se muito só.

Se existia um motivo para a sua vida, qual seria ele?

Os grãozinhos de areia tentavam se comunicar com ela, mas por pertencerem a dimensões, ou reinos diferentes (vegetal e mineral), eles não conseguiam transmitir à flor o quão importante e necessária era a sua presença ao deserto.

Em cada amanhecer, a flor olhava ao redor em busca de algum sinal de vida.

Deprimida, ela, então, definhou e morreu.



Os grãos de areia, que nada puderam fazer, entristeceram-se.

Já não queriam mais passear e até o vento, naqueles dias, desistiu de soprar...

Perguntavam eles:

- Será que a flor que procurava vida ao seu redor não percebeu que ela era a própria vida?



Ela era a alegria e o colorido da paisagem!


Moral da História:
Muitas vezes insistimos em procurar fora aquilo que existe dentro de nós.


Eliane de Pádua



Nenhum comentário:

Postar um comentário